- Quando a moça da cidade chegou
veio morar na fazenda,
na casa velha...
Tão velha!
Quem fez aquela casa foi o bisavô...
Deram-lhe para dormir a camarinha,
uma alcova sem luzes, tão escura!
mergulhada na tristura
de sua treva e de sua única portinha...
A moça não disse nada,
mas mandou buscar na cidade
uma telha de vidro...
Queria que ficasse iluminada
sua camarinha sem claridade...
Agora,
o quarto onde ela mora
é o quarto mais alegre da fazenda,
tão claro que, ao meio dia, aparece uma
renda de arabesco de sol nos ladrilhos
vermelhos,
que — coitados — tão velhos
só hoje é que conhecem a luz doa dia...
A luz branca e fria
também se mete às vezes pelo clarão
da telha milagrosa...
Ou alguma estrela audaciosa
careteia
no espelho onde a moça se penteia.
Que linda camarinha! Era tão feia!
— Você me disse um dia
que sua vida era toda escuridão
cinzenta,
fria,
sem um luar, sem um clarão...
Por que você nao experimenta?
A moça foi tão bem sucedida...
Ponha uma telha de vidro em sua vida!
.escutei atentamente.
aguardava terminarem os discussos e chegar a hora dos abraços.
.foi lido por em papel de pão.
Porque como dito pela oradora, ela não guardava mais na memoria as poesias de criança. entre o som da sanfona, quase lágrimas e risos tímidos. o presente foi dado à mim e não à aniversariante.
3 comentários:
belissimo!
se aproveitou do aniversário alheio...heheh
xeru qerida Telhesa de Vidro!
Be'telhas'ba de vidro. é tu!
Posso ser a alcova a acolhê-los? ;**
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