domingo, 24 de maio de 2009

Eu fazia familias de lápis de cores. Hamram. eu fazia familias de lapis de cores quando brincava sozinha. cada cor tinha uma personalidade. filhos gêmeos para as cores muito próximas. filhos briguentos para cores diferentes. filhos adotados para as cores que me deixavam em dúvida, à exemplo o azul petroleo. filhos tristes quando perdia um lápis e ele não tinha mais irmãos.
Eram muitos grupos de lápis. viviam em cidades. próximo da minha cama. cada cerâmica era uma casinha. alguns dividiam uma cerâmica porque também haviam pobres. em dias muito felizes eles viajavam.escondia os viajantes debaixo da cama.
ahh. existiam também os bons e os ruins. eu não gostava que os ruins existissem. mas, fazer o quê? eu era uma criança realista.
Porém, normalmente eles eram muito ricos e passavam muito tempo viajando. Sendo assim, meu problema estava parcialmente resolvido, como eles fora do convivio dos outros lapís. Afinal, um lápis ruim pode contaminar a caixa inteira.
Isso era tal real pra mim, que às vezes guardava eles fora da caixa para não correr o risco.
Não sei por quanto tempo esta era minha brincadeira preferida. não sei quando ela passou a não ser. acho que foi quando comecei a gostar de matematica, ai as cores passaram a ser impares ou pares. e em outros casos passaram as cores a serem números. fazia contas com cores.
Porque estou falando disso aqui? hoje? porque li sobre uma menina que queria um elefante. e o pai dela não acreditava que ela poderia cuidar dele, até hoje ela acredita que sim.
Eu falo que meus lápis tinham familias e ninguém entende, mas eu sei que o amarelo é irmão do laranja, certeza.

Já havia postado esse texto aqui quando recebi de surpresa esse complemento. fui à calçada e encontrei minha vizinha de oito anos.
perguntei: tá fazendo o quê, querida?
E ela respondeu como quem acredita: pisando nas folhas pra achar o caminho.
[sorriu e fez silêncio]

7 comentários:

Bruno disse...

Talvez por isso eu sempre te vi à cores. E com um colorido forte.
Talvez todas essas famílias-lápis tenham deixado pintado no teu rosto essas cores que derramam palavras coloridas em alto e bom som.
Essa energia boa que nunca deixa folhas em branco.
Essa habilidade sinestésica de pintar o mundo, onde um lápis vermelho sangue somado ao verde folha resultavam em amizade amarelo ouro.
Acho que no fundo você é uma menina com habilidades para cuidar de lápis e elefantes. Dá pra perceber no tamanho do teu sorriso.
Eu acredito, certeza.

[Lembrei de quando eu brincava no chuveiro com meus bonecos. O único que se sentia a vontade naquele ambiente era o Aquaman. Todos os outros coitados viviam em batalhas num mundo que não parava de chover, acontecer maremotos e tsunamis, regidos por mãos engilhadas de alegria.]

[lindo, lindo o texto] :)

Pryscilla R. Martins disse...

Lembrei de várias coisas de quando eu era criança...

Uma delas é que adorava viajar! Sempre arrumava minha mala e ia para uma viagem de londa estadia, no corredor da minha casa.

Nessas viagens eu tinha contato com as formigas! Aí... As formigas! No primeiro dia de viagem sempre as alimentava, dando grãos de milho que "roubava" das galinhas. Entregava na porta de casa formigueiro, como um cesta básica.

No entanto, nos dias seguintes da viagem, talvez por eu estar invadindo o espaço delas, ou talvez porque elas não gostassem de milho! Elas me picavam!!!

Eu, com raiva das formigas e da ingratidão delas... Fazia enchentes em casa formigueiro! Pegava vidros vazios de desodorante e inundava os formigueiros...

No dia seguinte, como penas dar formigas, por elas terem perdido tudo que havia em suas casas voltava a alimenta-las...

E era assim...
Um dia alimentava, ou dia causava enchentes...

Benjamim disse...

Meninas especiais.

(comentário pobre comparado aos de cima, por falta de palavras. o meu cerébro não é mais o mesmo.)

^^

Neta. Evenice Neta disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Neta. Evenice Neta disse...

Aha!
Um dia tua família de lápis de cores
devia virar um lindo livro pro meus/nossos filhos lerem... =D
E um dia a Pry ainda descobre de vez que ela devia estar no Serviço Social... ou na assessoria de algum governo [kkkkkkkkk]

Pra continuar as confissões quanto às brincadeiras de infância.
Tem duas marcantes [para mim e para minha família]
1. Eu ralmente acreditava que era um tambor ambulante. Batia com minhas mãos em diferentes partes do meu corpo, criando sons completamente inusitados... Isso era a todo instante... mesmo! Deve ter durado dos meus sete a doze anos... que foi quando eu gravei o som que eu fazia em meu próprio corpo para ouvir depois... é, acho que num era muito bom de se ouvir não. Ainda bem que minha família é paciente.
2. Quando eu não estava "me tocando", estava encenando com os móveis da casa. Tudo era aproveitado. Os móveis menores eram crianças como eu, os maiores os adultos. A casa toda era cenário [e, às vezes, a rua e o caminho até a escola também]. Eu dizia as falas em mil idiomas que eu inventava e o espelho sempre era meu maior crítico e fã... Aiai.
O problema é quando eu queria dar uma de tarzan. Minha coluna hoje reclama das estrepolias de outrora.

Como sempre: amei!
Beijos Tantinha!

orçamento participativo disse...

Sabe que quando eu era criança adorava brincar de casinha kkkkkkkkkkk...sem putaria!!!
Mas a brincadeira que eu mais gostava, eu brincava com minha irmã que é 10 anos mais nova do que eu...era a brincadeira de dormir, mas ela não gostava por que eu levava a brincadeira à sério e ela não, então quando ela abria os olhos aí ela via que eu tava dormindo de verdade.

Anônimo disse...

Quando era criança, eu mesma lavava minhas roupas, junto com meus irmãos... e ao lavar as roupas, nós faziamos de conta que estávamos temperando a carne, amaciando e vendendo!
Cada cor era um tipo de carne diferente: Chã de dentro, chã de fora, filé, contra-filé, coxão duro, coxão mole, etc...
O sabão era o tempero da carne: a gente batia carne na tábua (p/ ficar molinha e boa p/ vender... rs) e esfregava o sabão na carne p/ ficar gostosa... hehe

Pronto, contei :P (dez anos depois, mas contei...rs)